segunda-feira, 25 de julho de 2022

marca

     Acho que o dia de ontem foi capaz de tirar um pedacinho do meu "coração". Sei que parte disso me afetar é culpa minha e que toda a coisa de não projetar suas expectativas em cima de outra pessoa é real, mas quando algo desse nível acontece e palavras daquele jeito são ditas, é meio difícil não se deixar abalar nem um pouquinho.

    Tá, eu sei que perder um pedacinho do coração nesse sentido só é possível figurativamente, mas a sensação é igual a de um machucado real. Na verdade acho que é quase uma marca, algo que por mais que muitas coisas boas aconteçam sempre vai estar ali, porque querendo ou não é assim que traumas afetivos vão se formando. Aliás, eu já estava até esquecendo, obrigada por me fazer conhecer mais um!

    Ontem, enquanto eu chorava do lado de fora, pensei em me prometer algo, ter atitudes com você exatamente iguais as suas comigo. Isso não quer dizer ser uma babaca (óbvio), mas quer dizer ser mais cuidadosa comigo, pelo menos uma vez.

    De vez em quando esse tipo de coisa me faz pensar em porquês... por que pra você isso não é importante? por que eu não sou importante de forma (minimamente) parecida com outras áreas? por que parece que só eu quero algo a mais? por que pra pessoas iguais a mim é TÃO difícil ter algo simples assim? por que pra você algo que seria simples de entender, devido as vivências similares, se torna um bicho de sete cabeças e faz você se afastar de mim? No meio de todos esses porquês, sempre acaba me surgindo uma dúvida, que eu sei que a resposta é um "não", mas ela ainda surge... será que tudo isso é por que sou eu?

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Despedida iminente

Acho que chegou novamente aquele momento em que não tenho como resolver certos conflitos sem desistir das minhas ideias e magoar algumas pessoas. E o que eu fiz da outra vez que isso rolou? Precisei me mudar. Falando assim parece só coisa de adolescente rebelde, mas a real é que ter saído de casa naquela época foi importante pra amadurecer o jeito que meus pais olhavam pra mim em alguns aspectos e escolhas. Só que passados quase dois anos disso (depois de ter voltado a morar com eles), sinto que chegou a hora em que eu preciso desse espaço novamente.

É extremamente óbvio que é financeiramente confortável não depender só de você mesma, porque isso significa poder trabalhar e gastar aqui e ali com coisas não obrigatórias sem tanto peso no final do mês, e sem ficar faltando grana pra coisas como comida, aluguel etc. Mas no meio desse conforto financeiro começam a surgir pequenos desconfortos mentais, que com o passar do tempo se tornam maiores e implicam mais nas suas coisas diariamente. 

Eu deveria entender melhor que oficialmente a casa não é minha (eu moro nela mas não é minha haha) e que as regras da casa também não são minhas, porém eu deveria as obedecer cem por cento, pra que possa haver ordem e/ou harmonia dentro da casa. Só que convenhamos, isso nem sempre é fácil né! Ainda mais por eu ser uma pessoa tão diferente dos meus pais.

Quando eu saí a primeira vez, a minha bissexualidade e alguns ideais que eu tinha eram uma grande questão e haviam muitas coisas ditas que me magoavam e também as não ditas que pairavam no ar. Hoje em dia algumas questões mudaram e outras só se amontoaram e ficam em constante conflito, a espera de um acontecimento mais simples pra explodir e o clima ficar ruim.

Não sou mãe, mas imagino como deve ser estranho ter uma filha, tentar passar para ela alguns de seus princípios e ela crescer, conhecer mais do mundo e ter os próprios, que são bem diferentes dos seus. Só que ainda assim, é uma filha, não um depósito de esperanças, não alguém que nunca erra, não uma pessoa que nunca pode contestar regras e pensamentos seus. É alguém que você gerou e, querendo ou não, vai ter sua própria vida e escolher viver do jeito que quiser.

Quando se chega num ponto em que para viver dentro de um lugar você precisa podar boa parte de si, não faz mais sentido estar lá. Você sabe que a hora de partir é iminente, mas adia um pouco mais por diversas razões, só que no fundo tem certeza de que ela está chegando.

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

carta de aviso - atualizações

Oi, já faz tanto tempo que não falo com você... Hoje eu senti saudade e resolvi conversar.

Tanta coisa mudou nesses meses que passaram. Eu já chorei e guardei sentimentos demais, conquistei algumas coisas na área profissional, me afastei de algumas pessoas que eu ainda considero importantes, tô deixando o side cut crescer, até parei de escrever com constância, voltei a ler com mais frequência, criei aquele canal no youtube que você sabe que eu sempre quis ter... Enfim, dias passam e coisas mudam.

Pra cada paixonite que eu tive, desde que comecei a escrever, fiz um texto pra te explicar sobre, e depois contei sobre o amor que eu descobri. Esse foi e está sendo avassalador! A cada dia que passa me sinto mais entregue, permitindo mais de mim ser conhecido pela pessoa e sentindo mais interesse por conhecer de volta. É algo bom demais e acho que antigamente você ficaria surpresa se soubesse que isso realmente aconteceria haha.

Acho que ao longo dos últimos anos tive algumas fases bem ruins e você soube de quase todas. As discussões com a família, os questionamentos acadêmicos e profissionais, o olhar extremamente pessimista que eu tive sobre mim, a época de tentar escrever poemas, as decepções amorosas, a despedida de algumas amigas etc. Agora quero que você volte a ser próxima e saber de todas as novas fases, mas não só das ruins. Prometo que vou tentar te contar toda vez que algo importante acontecer (e até algumas coisas que eu não considero tão "importantes" assim).

Por enquanto é só. Passei só pra te dar um alô, um sinalzinho de que ainda tô por aqui e sinto sua falta!

Até a próxima <3

segunda-feira, 29 de julho de 2019

M.H.B.d.C

Eu já escrevi muito sobre o amor, direta e indiretamente, mas de uma perspectiva diferente.

Ser amada como filha, neta, irmã, prima, sobrinha, amiga,
namorada.
Esse último, foi complicado.
Tive dois antes, mas só no terceiro, senti primeiro.
Seja lá o que eu imaginava sobre como que era me sentir amada sendo namorada de alguém
aconteceu
muito mais.
Sempre achei mais fácil expressar meus sentimentos escrevendo (em inglês even better),
só que com você não preciso disso.
Sentir primeiro é sentir pela primeira vez
muitas coisas,
a maior delas é a falta de dúvida;
e de cautela.
Cada vez que eu ouço um "eu te amo", a repercussão acontece aqui dentro.
Obrigada, por me fazer sentir primeiro.
Que o meu primeiro, seja longo.

terça-feira, 12 de março de 2019

Hoje é mais um daqueles dias em que o torpor de uma raiva idiota toma conta de cada pedacinho de mim.
A raiva é algo tão constante pra mim, mais do que alegria, tristeza, nojo ou medo (yes, isso mesmo que você associou), ela é na grande maioria das vezes o que comanda meus pensamentos e ações, inclusive até o modo como danço. Ela e eu, às vezes somos uma coisa só e nos momentos em que essa união ocorre, desejo não me aproximar de mais ninguem na vida, pra nunca sentir ódio por nada e nem ninguem, mas não é assim que tudo funciona.
Não quero necessariamente aprender a lidar com ela, quero a entender. Acho mais importante aprender como eu funciono e me afastar de mares que me matam, do que continuar nadando nas marés tentando boicotar o que sinto.

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Cortem minhas asas pra eu não voar mais,
assim não vou pra longe,
não bato a cabeça em galhos,
não perco penas e caio no chão,
não deixo de receber o carinho e o conforto,
não ouço os outros,
mas também perco aos poucos admiração e, talvez, respeito,
guardo negatividade voltada para vocês,
crio mais e mais problemas,
não falo
e,
aos
poucos,
os
esqueço.

quarta-feira, 29 de março de 2017

Minhas mãos seguram aquela xícara,
aquela mesma.
Cheia de toda a porra
gotas de suor
catuaba e mentiras.
Aquela mesma
Que eu não posso tacar
e quebrar e
esquecer que um dia existiu.
Aquela mesma
Que veio escrito
Feita sob medida para o 
talvez
amor da minha vida.
Aquela mesma
Que um dia eu vou
a se vou
estraçalhar e remoldar na sua face.
Dedicatória,
Ao amor da minha vida que
não existe e ama
Catuaba.