domingo, 31 de janeiro de 2016

Definição mortal

Definição mental;
interna.
Necessária!

Pra que menina?
Seja um passarinho.
Pouse em um galho seguro,
Mas por favor, voe logo.
Se ficar tempo demais,
Você se esquece como voa.
Ele quebra!
E então?

Seu galho amado,
Será sua morte, tumulo,
E inclusive seu epitáfio.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Definição interna

Durante todo esse tempo que empaquei em tentar me entender, acabei entendendo uma coisa: eu estava esperando o inesperável. Me entender não vai acontecer da noite para o dia, não é ouvindo um estilo musical num dia que eu vou me apaixonar por ele. Então percebi que, enquanto eu tentar me encaixar mentalmente em determinado “grupo” da sociedade (pessoas que gostam de dançar, de forfun, disso, daquilo e mais), não vou estar tentando me entender, e sim tentando me formular para estar em um grupo.
E sabe o mais legal de tudo o que eu percebi? Que não é preciso me definir, e que na verdade, é muito chato se definir. Porque estarei sempre em mudança interna e, me definir totalmente, vai ser sempre impossível. O mundo tem muitas incertezas, e escolher entre ouvir ‘história de verão’ e ‘geração coca cola’ é apenas mais uma delas.
Senti a necessidade de me mostrar que: não preciso me encaixar em nada, simplesmente ser eu mesma. Se uma única música de uma banda de sete álbuns me agradar, se uma única palestra de um alguém renomado tiver me ajudado em algo, qual o problema?
Você consegue entender o que estou dizendo? Não tem problema nenhum em não me entender totalmente, gostar de ler um livro de um estilo já está de bom tamanho, porque eu não preciso escolher um gênero favorito, posso simplesmente gostar de um livro de tal gênero.

Não preciso ter o objetivo de me encontrar, pois quando encontrar um objetivo para isso, talvez, ele me desfaça (intelectualmente e emocionalmente).

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Primeiro melhor beijo

O melhor beijo que me lembro, sem sombra de dúvida. Quebrou toda a monotonia. Tinha sentimento. Pelo menos tinha. Não anseio repeti-lo, só gosto do sentimento que recorda-lo me trás.
Nome de figura importante para o Brasil e de “uma porra de nome bíblico” como você me disse uma vez. Nome desgraçado com todo o respeito. Pelo meu curto tempo de vida, conheci vários Matheus, Lucas, Gabriel, João, Pedro. Mas você. Porra, você! Mesmo depois de parar definitivamente de projetar um futuro pra nós dois, ainda te acho incrível. Indescritível pra ser mais exata. “Não gosto de me definir”, e realmente, você não precisa, suas palavras e ações expressam quem você “é”.
Já disse tantas vezes que não sinto nada mais além do que o desejo de ser sua amiga, e realmente não sinto nada mais do que isto. Mas não consigo, de verdade, não consigo entender o motivo pelo qual sempre me pego pensando em você. Não em "você e eu", nem no que você faria no futuro, no que você estaria fazendo no momento, penso simplesmente, em você. Na sua forma física, no seu modo de pensar e de agir. Simples. Ou pelo menos deveria ser, mas claramente, não é.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Sinceramente, nada.

Sinceramente, pensar em mim mesma tem sido uma das maiores dificuldades que ando tendo ultimamente. Não no sentido de não me “valorizar”, não cuidar de mim, e outras coisas desse tipo. Vem sido difícil me entender. Entender meus gostos “base”, aqueles que demoram anos e anos para mudar na vida das pessoas, entender como eu penso, entender minhas necessidades básicas, não como ‘ser humano’, mas sim como ‘pessoa’, como Mayara, entender o que ‘realmente’ me tira do sério, entender o que quero, pro meu presente, amigos, metas, pro meu futuro, cursos, profissionalização, entender o porque está sendo tão difícil conseguir entender o mínimo possível sobre mim. SOBRE MIM!
Ao começar a pensar sobre isso, ao tentar me entender, eu sinto como se estivesse entrando em um lugar totalmente escuro, e andando, e andando, e andando pra lugar nenhum. Chego a sentir como se a “pessoa que eu sou”, fosse uma simples projeção do tipo de pessoa que eu “admiro”, como se eu estivesse fingindo ser um alguém que eu não sou, e que no fundo eu não faço a mínima ideia de quem eu sou!
Passo horas pensando nisso, e parece que nunca saio do mesmo lugar. Ouço diversos estilos de música pra tentar encontrar aquele com o qual eu me identifico mais, nada. Assisto diversos gêneros de filmes para tentar achar aquele que eu poderia assistir pro resto da vida, nada. Leio diversos gêneros pra tentar me encontrar em algum deles, nada. Pesquiso sobre diversos assuntos, tento os entender afundo, me informar, ter um conhecimento a mais, ter um posicionamento, ter uma opinião no mínimo base para diversos assuntos, nada; meu esforço nessa área chega a parecer inútil! Pesquiso sobre cursos, profissões que eu gostaria de exercer no futuro, que tivessem coisas haver com o que eu gosto de fazer, de estudar, mas é aí que está o principal problema, eu não me conheço! De verdade, estou tentando explicar tudo que eu estou sentindo desde o começo desse texto, mas até aqui, acho que ainda não saí do lugar.
Eu não me conheço, não sei quem sou. Claro que sei o básico: Mayara Miquelotto da Silva, 15 anos, Campinas – São Paulo, 16 de Novembro de 2000. Mas não conheço meus gostos (como disse no começo do texto, viu?), por conta disso não sei o que quero fazer, não sei o que esperar de amizades, não sei o que esperar nem dos meus pais, não sei o que esperar de alguém que vai estar comigo no futuro, porque eu simplesmente, não sei o que esperar nem de mim. Me sinto tola, idiota, fútil, por “pensar” assim.
É clichê falar isso, mas sinto como se eu não fosse absolutamente nada pra ninguém, nada, nadinha mesmo; que todos os que estão ligados a mim de alguma forma não me conhecem, porque nem eu me conheço. Por não me identificar como ‘quase’ nada, não me sinto necessária pra esse mundo, não sinto que faria falta pra maior parte das pessoas, e realmente não faria, afinal, quem sou pra alguém de Minas Gerias, por exemplo? Ninguém de lá sabe que eu existo! Não penso em tirar minha vida, mas sinto que se eu simplesmente me deitasse o dia todo, não comesse, não saísse, não conversasse com ninguém, não assistisse, não ouvisse, não “vivesse”, seria a mesma coisa que “viver” do modo como eu “vivo”.

Em termos gerais, sem tentar rebuscar nada, sem tentar engrandecer a ninguém que conheço, sem tentar fingir ser algo que não sou, me sinto simplesmente, inútil.